The Shift

Com IA, lawtechs e legaltechs ajudam as empresas a fechar acordos judiciais

Parte dos conflitos de uma empresa pode ser resolvida com um acordo. Mas as companhias ainda deixam algumas oportunidades na mesa. Segundo uma pesquisa coordenada pelo juiz Rogério Neiva, as corporações pagariam menos se aceitassem a proposta do autor em 42% dos casos trabalhistas analisados em que existiu uma sugestão de acordo pelas duas partes, mas a opção foi seguir para a sentença. As perdas não são novidade para a legaltech Pact e a lawtech Kor. Ambas utilizam Inteligência Artificial para ajudar as companhias a lidar com queixas, processos e passivos jurídicos. Mais transparência no setor jurídico gera melhores decisões sobre possíveis acordos. O resultado é a redução das despesas corporativas e a resolução mais rápida dos conflitos.

O Índice de Conciliação no país foi de 11,9%, em 2021. O dado é do “Relatório Justiça em Números 2022”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A taxa indica o percentual de sentenças e decisões resolvidas por homologação de acordo em relação ao total de sentenças e decisões terminativas proferidas. Ainda é pequena a parcela de conflitos resolvidos por meio dessa via. Apontadas como uma tendência do setor, as tecnologias de automação e a inteligência artificial podem aumentar o número de acordos ao otimizar processos e reduzir tarefas manuais - nem tudo precisa ser feito por um advogado. Assim, é possível escalar a atividade dos departamentos jurídicos.

A lawtech Kor identificou o potencial de ambas as tecnologias para acelerar a resolução de conflitos em uma companhia. A startup captura automaticamente novos processos judiciais, extrajudiciais e reclamações contra a empresa. Então, aplica IA para gerar propostas de acordos. Os conflitos são solucionados em 24h, em média. “O Brasil tem um volume absurdo de processos. As empresas não conseguem tratar esses casos de forma escalável e isso acaba gerando um custo alto. É muito mais barato para as empresas resolverem um conflito no comecinho, através de um acordo. Assim, são evitados os custos gerados pelo processo e o custo para a imagem da empresa. Se uma empresa consegue resolver um conflito com um consumidor de forma amigável, são reduzidas as chances desse cliente se tornar um detrator da companhia”, explica o CEO da startup, Victor Aracaty.

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