The Shift

CIOs e IA: entusiasmo com freio de mão puxado

A transformação promovida pela IA Generativa (GenAI) e priorizada pelas empresas traz uma tensão silenciosa: a diferença entre expectativa e realidade. Um levantamento da EY aponta que quase metade (49%) das organizações acredita que a GenAI vai aumentar substancialmente o valor da empresa. E até 69% das organizações experimentaram ou projetaram um retorno de 2 vezes ou mais em seus investimentos de GenAI.

Mas mensurar o ROI para GenAI é uma tarefa complexa, ampliada pela necessidade de quantificar ativos intangíveis e prever benefícios no longo prazo. O que faz com que a jornada de adoção da IA, que passou a incluir a IA Agêntica, que prevê agentes com autonomia para tomar decisões e realizar ações, depende muito da visão e capacidade estratégica do Chief Information Officer (CIO).

No cenário de implementação da IA, o CIO deve ocupar um papel de protagonismo, operando em alguns momentos como parceiro estratégico, em outros como orquestrador e ainda assumindo a postura de elemento inovador. Os CIOs devem olhar para o contexto, a escala de transformação (completa ou focada em funções), casos de uso e estabelecer o nível de envolvimento. A EY oferece um framework com quatro arquétipos para CIOs (veja a seguir).

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“A pressão dos boards e do mercado para avançar em IA é altíssima, mas grande parte das organizações ainda luta com problemas estruturais: dados desorganizados, falta de governança consistente, incertezas regulatórias e lacunas de talento técnico”, resume o estudo.

Riscos que tiram o sono dos CIOs

Ao embarcar em sua jornada de IA, as organizações precisam equilibrar soluções inovadoras com medidas de segurança para salvaguardar o valor transformador para as metas de objetivos de negócios. O estudo “2024 CIO Sentiment Survey” mapeou uma série de preocupações dos CIOs: 

Nesse cenário, os CIOs precisam atuar como verdadeiros orquestradores de ecossistemas de IA, alinhando múltiplas variáveis organizacionais simultaneamente para

CIOs como designers do futuro

A IA também entrou na estratégia de fusões e aquisições. Para 86% dos CIOs, a melhor forma de acelerar a adoção de GenAI é por meio de parcerias ou aquisições de empresas especializadas. Contudo, apenas 32% dizem ter atingido plenamente os objetivos de tecnologia nos negócios fechados, e apenas 37% permanecem envolvidos no pós-fechamento.

A recomendação da EY é que o CIO deve estar envolvido em todo o ciclo da transação. Dessa forma, ele pode olhar para os aspectos de sinergia tecnológica, segurança cibernética e eficiência operacional.

O estudo da EY reforça a tese de que o sucesso da IA nas empresas passa por CIOs menos ansiosos por hype e mais atentos à arquitetura estratégica, talentos e governança. Os CIOs que querem ser protagonistas não podem apenas “seguir o jogo”: precisam tomar a frente da agenda de IA, em muitos momentos dividindo as decisões importantes com os CEOs. As organizações que seguem esse modelo em geral destravam orçamentos maiores para IA e esperam obter ou alcançar o dobro do ROI sobre o investimento em GenAI.

Como resume a EY: “O CIO do futuro é um facilitador, conector de negócios e gerador de valor”. Mas para isso, precisa parar de correr atrás do hype e começar a projetar, com calma e clareza, o caminho mais sustentável para a transformação.