The Shift

A próxima geração do ESG

A ética do uso da tecnologia deve ser colocada na vanguarda das considerações ambientais, sociais e de governança corporativa. Isso é fundamental para que a próxima geração de startups de alto crescimento e produtos inovadores estejam prontas a apoiar a realização de um mundo mais justo, equitativo e sustentável, aponta o relatório “Youth Recovery Plan” do Fórum Econômico Mundial. O report parte do estudo de que uma nova geração de empreendedores e executivos está chegando para implementar a nova fase do ESG.

A partir da percepção de que é preciso reconstruir a vida pós-pandemia, é possível trabalhar em cima de um plano que possibilite a millennials e gen zers ter um mundo mais próximo de suas aspirações pessoais e geracionais. E, dentro desse plano, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) tem um papel ainda mais importante.

A pesquisa indica que finanças verdes, métricas ESG e inclusão serão vetores robustos na recuperação econômica. Só vem reforçar iniciativas como as que atrelam os salários dos executivos a fatores ambientais, sociais ou de governança. E que são resultado também da mudança de percepção do consumidor. Mais de 65% das pessoas ouvidas em uma pesquisa da Aviva acreditam que é importante considerar fatores ESG antes de investir. Quando limitado aos que estão investindo em fundos, o número subiu para 72%.

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Mas o que mudaria para o ESG 2.0? Em primeiro lugar, o mindset. O que hoje é visto como “bom” pelas empresas, seria parte das novas empresas desde o seu desenho. Os recursos trazidos por Inteligência Artificial (IA) poderão ajudar a criar estruturas de governança mais eficazes e um capitalismo de stakeholders capaz de reduzir o risco de uso indevido. A governança inclusiva também fornecerá suporte para o desenho e implementação de práticas comerciais responsáveis.

“O risco de algoritmos serem usados ​​para alavancar intrusivamente o comportamento dos indivíduos para fins comerciais, ou para tomar decisões significativas que alteram a vida de uma forma discriminatória devido a dados de entrada tendenciosos, está bem documentado. O governo e os líderes empresariais precisam trabalhar juntos para estabelecer um entendimento comum de como é ‘bom’, para esclarecer as regras da estrada e para determinar como alcançar o sucesso por meio da “segurança desde o projeto”. Alguma organização que se permite, por intenção ou negligência, trair as expectativas da comunidade pode enfrentar consequências financeiras, retrocesso regulatório, perda da preferência do consumidor ou redução da lealdade dos funcionários”, aponta o relatório.

As novas gerações de empreendedores e executivos vão incluir transparência, privacidade e inclusão entre os indicadores que as companhias usam para monitorar o alinhamento de seus produtos e serviços com os padrões ESG.

Para essas novas organizações que ainda estão sendo construídas, haverá muitas oportunidades. Um levantamento do WEF apontou que 86% dos entrevistados “concordam” ou “concordam totalmente” que as organizações devem ser responsabilizadas por seus padrões ESG. Essas empresas terão menos probabilidade também de arcar com custos externos relacionados a mudanças climáticas e crescente desigualdade, com tendência a receber mais investimentos. Um relatório do Fórum dos EUA para Investimento Sustentável e Responsável de 2020 descobriu que os investimentos relacionados a ESG aumentaram 42%, para US$ 17 trilhões em apenas dois anos.

“As empresas que adotam a ética da tecnologia por meio de operações inclusivas e transparentes podem se diferenciar dos concorrentes, atraindo usuários e receitas de produtos e serviços que os consumidores não consideram como alternativas. Isso pode desencadear uma competição saudável e uma corrida positiva ao topo”, segundo o relatório da WEF.

O report indica quatro calls to action:

Desenvolver políticas e lideranças adequadas para o propósito. Os governos devem tentar projetar e implementar urgentemente políticas e regulamentos adequados que orientem o uso de tecnologias críticas pelas organizações, como as propostas recentemente pela Comissão Europeia na IA.

Encorajar um novo mindset. À medida que as universidades desenvolvem a próxima geração de líderes, elas devem garantir que o conhecimento ESG e a compreensão da ética sejam fundamentais para o ensino de negócios, liderança e tecnologia.

Garantir que a ética esteja no design de cada organização. As novas empresas devem integrar a ética da tecnologia no design de seus produtos e serviços. Apesar da necessidade de crescer e expandir, aqueles que lideram em áreas de ponta devem incorporar considerações de ética, sustentabilidade e responsabilidade social desde o início no desenvolvimento de produtos e serviços.

Ter uma visão global para o negócio, com soluções localizadas. A partir das melhores práticas globais e regulamentações eficazes, esse conhecimento poderia ser compilado e disseminado para incubadoras, aceleradoras e empresas de private equity. Através de parcerias localizadas, os founders em estágio inicial seriam qualificados para incorporar práticas ESG de próxima geração em seu design e desenvolvimento, permeando a empresa e as novas lideranças.

A disseminação ocorrerá por meio de parcerias localizadas, fornecendo qualificação para os fundadores do estágio inicial para incorporar práticas ESG de próxima geração em seu design e desenvolvimento, especialmente porque o treinamento de liderança executiva é um capacitador líder de considerações ESG aprimoradas.