Nesta próxima década, as redes 5G terão papel essencial na indústria agrícola global, trazendo inteligência e precisão e gerando mais produtividade e qualidade para as safras. Agricultores poderão usar a tecnologia para aumentar o potencial produtivo e ter mais eficiência e inteligência no cultivo das plantações e, consequente, na geração de renda para o agronegócio brasileiro.
Se a agricultura já mudou radicalmente nos últimos anos, com a chegada do 5G, esta mudança será ainda mais brutal. Positivamente falando, claro. Os dados e a conectividade de alta confiabilidade, assim como a velocidade e o uso de computação em nuvem da tecnologia, permitirão soluções flexíveis e para um novo tipo consciente e efetivo de cultivo, a agricultura inteligente.
Lembra que falávamos de cidades inteligentes? Pois é. Agora estamos falando quase de um cenário de ficção cientifica que traz a inteligência da cidade para o campo. Um dos grandes ganhos desta agricultura inteligente é a possibilidade de acessar dados da produção de forma remota e em tempo real, permitindo ao produtor a tomada rápida de decisão, sem a necessidade de ter que esperar até a colheita para fazer ajustes. O espectro das aplicações aumenta, e abre novas oportunidades:
- 5G, nuvem e IA podem melhorar a eficiência e reduzir o tempo de inspeção de terras agrícolas de uma semana para uma hora;
- A análise das áreas problemáticas pode reduzir o uso de fertilizantes, pesticidas e herbicidas;
- A detecção de doenças com base em imagens e vídeos de alta resolução feitas por drones e veículos autônomos, transmitidas em tempo real, pode aumentar a proteção do gado e das plantações.
- Os sistemas de irrigação inteligentes podem minimizar o desperdício de água e garantir sua entrega nos lugares certos na hora certa.
- Sistemas de monitoramento do solo podem rastrear a qualidade geral e a composição química da terra, para que os agricultores possam melhorar a fertilidade para safras específicas e lidar com problemas locais como toxicidade, salinização e acidificação conforme ocorrem.
- E o monitoramento da produção pode fornecer dados georreferenciados em tempo real sobre as safras à medida que são colhidas.
Isso é só o começo. Produtores de Rio Verde, no interior de Goiás, já estão experimentando essa revolução, graças a um projeto da FAPEG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás), em parceria com a Claro e a Huawei. A fundação está aportando know-how e aplicações agrícolas. A operadora, por sua vez, está encarregada pela instalação da rede 5G, construída com soluções Huawei, que também está fornecendo as tecnologias de nuvem e IA.
A maioria das redes IoT hoje não suporta a transferência de imagens entre dispositivos, muito menos a análise autônoma de imagens, nem pode suportar números e densidade de dispositivos altos o suficiente para monitorar campos grandes com precisão. Narrowband Internet of Things (NB-IoT) e 5G resolvem esses problemas de largura de banda e densidade de conexão.
Aplicar tecnologias avançadas à agricultura para torná-la mais próxima da industrialização é uma obrigação para modernizar a sociedade. É também um passo importante para alcançar a autossuficiência e a produção de safras em grande escala.
E que venha mais agricultura inteligente pelo país.