A transformação digital dos negócios acelerou em um ritmo sem precedentes nesses dois anos de pandemia. Um dos maiores desafios enfrentados por CIOs é garantir que possam capitalizar essa aceleração para continuar a criar inovação. E, para isso, será preciso combater a fadiga da mudança, escalando a cultura digital para além dos muros da TI, para que todas as pessoas – de diversas funções e origens – enxerguem o seu lugar no futuro das organizações líquidas.
Não há limite para os avanços tecnológicos que CIOs podem alcançar à medida que automação, inteligência artificial, serviços de nuvem híbrida e outras inovações transformam a forma como as empresas agregam valor no futuro digital. Mas manter o ritmo da transformação pode ser assustador do ponto de vista da gestão de pessoas.
A equação é simples: sem colaboradores engajados, capacitados e, principalmente, com mentalidade digital, as práticas e padrões de comportamento que caracterizam a cultura digital não vão acontecer. E , sem elas, vai ser difícil transformar o negócio e continuar inovando.
Uma pesquisa global sobre maturidade digital realizada pela Deloitte, em sete países, encontrou novas evidências de que empresas mais maduras digitalmente são mais resilientes e mais capazes de navegar por mudanças rápidas, e se reagem significativamente melhor financeiramente. Organizações digitalmente maduras também são muito mais propensas a abordar a transformação digital de maneira estratégica, colocando-a no centro do seu planejamento de negócios.
Não por acaso, 90% das 491 pessoas com cargo executivo no Brasil, participantes da pesquisa “Agenda 2022”, também da Deloitte, consideram o treinamento e a formação dos funcionários investimentos prioritários para 2022. O empresariado brasileiro planeja manter ou aumentar o investimento e a produtividade, por meio de aportes em tecnologia e capacitação.
Os principais investimentos em tecnologia, de acordo com as pessoas entrevistadas, serão em aplicativos, sistemas e ferramentas de gestão (96%); infraestrutura (96%); gestão de dados (95%); segurança digital (95%); customer marketing (81%); atendimento ao consumidor (78%); e canais de venda online (71%). As tecnologias emergentes também ganham cada vez mais espaço nas empresas, no processo de consolidação da transformação na Indústria 4.0. Entre os investimentos nessas tecnologias emergentes, estão robôs móveis autônomos (AMR) (39%), digitalizações do parque fabril (34%) e realidade virtual/aumentada e drones (29%).
Isso levará nove em cada dez empresas a aumentar ou manter investimentos em qualificação tecnológica, e a maior parcela (78%) a direcionar esses treinamentos a diversas áreas da empresa. CIOs desempenharão um papel fundamental no estabelecimento das mentalidades e práticas corretas.
“Muitas pessoas nos cargos de CIO perceberam que a cultura pode ser um acelerador da transformação digital e que elas têm os meios para reforçar a cultura digital desejada por meio de suas escolhas de tecnologia”, afirma Elise Olding, vice-presidente de pesquisa do Gartner. “Uma parceria com o RH é a maneira perfeita de alinhar as seleções de tecnologia e os processos de design para moldar os comportamentos de trabalho desejados.” A parceria entre TI e RH pode esclarecer como a TI pode tomar decisões de tecnologia e design de processos que fomentem a intenção da cultura organizacional desejada.