No mundo corporativo, um levantamento indica que apenas 46% se dizem plenamente confortáveis com uma mulher como chefe. Em organizações brasileiras, o número cai para 43%
A transformação cultural do mundo corporativo passa pela igualdade de gênero na liderança – e vice-versa. No setor de tecnologia, o desafio de ter maior representatividade feminina em cargos de tomada de decisão é evidente há 25 anos. Mas a cultura do ecossistema de inovação caminha lentamente para este objetivo.
De acordo com pesquisa da Deloitte do ano passado, mulheres ocupam apenas 16,9% dos cargos de liderança globalmente. No Brasil, a proporção cai para 8,6%. O setor de tecnologia não aparece entre as indústrias com maior parcela feminina na liderança, mas nas cinco big techs dos EUA (Facebook, Amazon, Apple, Google e Microsoft) a proporção cresce para 30%.
É consenso entre estudos nesta área que diversidade na liderança promove resultado e inovação. No mercado financeiro, fundos geridos por mulheres performam melhor do que os controlados por homens, de acordo com dados revelados pelo Goldman Sachs. Aliás, o banco definiu que a partir de julho não iria intermediar processos de IPOs de empresas que não tivessem ao menos uma mulher no conselho.
A intenção do Goldman Sachs é boa, mas a iniciativa não é suficiente. Empresas não podem simplesmente inserir uma mulher em um conselho de administração e reivindicar uma posição de apoio à igualdade e diversidade de gênero. Trata-se de uma transformação cultural para a diversidade que se origina e se concretiza nas posições de liderança.
Apenas 46% do mundo corporativo diz estar plenamente confortável com uma mulher como chefe, segundo levantamento da Kantar. Em organizações brasileiras, o número cai para 43%. Estes dados comprovam que ainda existem diversas barreiras culturais invisíveis impedindo que as mulheres possam crescer na carreira e efetivamente atuar como líderes.
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